04/06/2025
Little Dark Age — Estamos mesmo vivendo ou apenas rolando a vida com o dedo?
"I grieve in stereo, the stereo sounds strange..."
“Eu sofro em estéreo, e o som soa estranho.”
— MGMT, Little Dark Age
Essa música embalou nosso post de hoje no Instagram. Escolhemos ela por um motivo simples:
Ela soa como esse tempo que a gente vive — meio vibrante, meio triste. Um tempo onde a estética é forte, mas o sentido parece escasso.
A mente fica cheia.
Mas o coração… cada vez mais vazio.
Vivemos numa era de estímulos sem pausa. O TikTok, o feed do Instagram, o "scroll infinito", nos colocam num estado de semi-presença: estamos sempre olhando, mas raramente enxergando.
Segundo o neurocientista Daniel Levitin, esse excesso de estímulo fragmenta nossa atenção e esgota o cérebro.
Sherry Turkle, do MIT, chama isso de "sozinhos juntos": conectados, mas cada vez mais emocionalmente ausentes.
Desacelerar virou um gesto radical
Freud já dizia: sem espaço para elaborar, o desejo vira compulsão.
Jung alertava: sem conexão com o self, projetamos nosso vazio nos outros.
Winnicott lembrava: o afeto exige corpo, tempo, e silêncio.
Lacan reforça: sem simbolização, não há vínculo, só repetição.
E Byung-Chul Han resume nossa época assim: "A sociedade do cansaço é uma sociedade do desempenho. Nela, cada um se explora a si mesmo, acreditando estar se realizando."
Estamos pulando de evento em evento — mas não sentimos nada.
Um convite simples, mas necessário:
Silencie o celular por 1 hora.
Caminhe sem fones.
Converse sem nenhuma tela entre você e o outro.
Não se trata de fugir da tecnologia.
Se trata de reconquistar seu tempo psíquico.