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Sindrome de Peter Pan

27/05/2025

Síndrome de Peter Pan e a Fase Oral de Freud: Quando a Maturidade É Evitada

A chamada Síndrome de Peter Pan, embora não reconhecida oficialmente como transtorno pelo DSM-5, descreve adultos que resistem ao amadurecimento emocional, evitando responsabilidades, compromissos e mantendo comportamentos típicos da adolescência. Essa imaturidade pode estar enraizada em fases precoces do desenvolvimento psíquico, especialmente na fase oral descrita por Freud.

Na fase oral, que ocorre nos primeiros meses de vida, a boca é o principal meio de prazer e de relação com o mundo. O bebê encontra no seio materno não apenas nutrição, mas segurança, acolhimento e satisfação imediata. Quando essa relação é marcada por uma superproteção — em que o bebê é alimentado antes mesmo de chorar ou demonstrar necessidade — ele não aprende a lidar com a falta, com o desejo e com a espera.

Esse excesso de cuidado pode gerar uma fixação oral, em que o sujeito permanece inconscientemente preso à ideia de que o mundo deve prover tudo de forma automática e incondicional, tal como a mãe o fazia. Na vida adulta, esse sujeito espera que o outro — parceiros, pais, chefes ou até o Estado — cumpra esse papel de um "grande peito simbólico", sempre pronto a satisfazê-lo e a protegê-lo das frustrações da vida.

Esse traço se manifesta em comportamentos típicos da Síndrome de Peter Pan: dependência emocional e financeira, evitação de responsabilidades, dificuldade em manter relacionamentos estáveis e uma busca constante por prazer imediato, como se recusar a crescer fosse uma forma de evitar o sofrimento e a perda.

Compreender essa ligação entre a teoria psicanalítica e os padrões comportamentais atuais nos permite olhar com mais profundidade para os desafios da maturidade emocional. Crescer exige, sim, abrir mão da fantasia de um cuidado absoluto e reconhecer que viver é, também, aprender a desejar, a esperar e a se responsabilizar pelas próprias escolhas.

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